Alimentar-se de maneira saudável não precisa ser complicado. Segundo o jornalista americano Michael Pollan, uma das principais referências quando o assunto é alimentação, três orientações simples podem fazer toda a diferença: priorize alimentos naturais, controle as porções e coloque os vegetais como protagonistas do prato. Esses passos, embora pareçam básicos, têm o poder de transformar a relação que temos com a comida.
Entre as comidas de verdade, dê preferência àquelas que vêm de plantas, o que garante uma ingestão mais parcimoniosa de gordura e açúcar (isso não significa, é claro, que produtos de origem animal dev…
Quando se trata de alimentação verdadeiramente nutritiva, a regra é simples: priorize alimentos de origem vegetal. Essa escolha naturalmente reduz o consumo excessivo de gorduras e açúcares, sem que isso signifique eliminar completamente os produtos de origem animal do seu prato. O segredo está no equilíbrio e no controle das porções – comer com consciência, respeitando os sinais do próprio corpo.
A fórmula é essa: simplicidade e bom senso. Não existem fórmulas mágicas, dietas “detox” milagrosas ou chás especiais capazes de substituir essa abordagem equilibrada. Paradoxalmente, tendemos a buscar soluções complexas e imediatistas, apostando em promessas sem fundamento científico ao invés de abraçar hábitos saudáveis que realmente funcionam.
Essa tendência não surge do nada. Vivemos bombardeados por uma avalanche de informações distorcidas, imprecisas ou sensacionalistas sobre alimentação na internet. Em meio a tanto ruído, perdemos de vista o óbvio e acabamos acreditando em conceitos absurdos como listas rígidas de alimentos “permitidos” e “proibidos”.
Vamos esclarecer de uma vez por todas: ovos fritos não são inimigos da saúde, assim como a romã, por mais nutritiva que seja, não é uma cura mágica para câncer, artrite ou hipertensão. A realidade é muito mais nuançada do que esses extremos sugerem.
O cenário se complica ainda mais com uma indústria que lucra explorando os padrões de beleza inalcançáveis das redes sociais, vendendo métodos “revolucionários” de emagrecimento. De um lado, vemos a banalização de medicamentos como Ozempic e Wegovy – que são eficazes, mas foram desenvolvidos para tratar diabetes e obesidade, não para eliminar alguns quilos extras por motivos estéticos.
Do outro lado, proliferam métodos caseiros bizarros, como o “ricezempic” (um jogo de palavras entre “rice” – arroz em inglês – e Ozempic). Essa tendência viral do TikTok propõe beber água de arroz com limão para “enganar” a fome e provocar perda de peso. É uma prática que deve ser evitada a todo custo.
A verdade é que não precisamos de complicações. A alimentação saudável está ao alcance de todos, baseada em princípios simples e científicamente comprovados.
Além de não serem duradouros a longo prazo, os métodos que prometem emagrecimento rápido têm grande potencial de destruir nossa relação com a comida.
